O Frevo é do Mundo

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Pernambucanos comemoram título concedido

pela Unesco ao frevo



O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, estava em uma reunião interna quando recebeu o telefonema de Paris, comunicando que o frevo recebeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, da Unesco. "Hoje é um marco histórico, o frevo acaba de ser reconhecido Patrimônio Imaterial. Eu me sinto muito feliz ao ver o frevo, tanto o ritmo quanto a dança, que é a maior expressão da nossa cultura, ser reconhecido", disse, em comunicado para a imprensa.

Para o cantor Claudionor Germano, maior intérprete do frevo, já era tempo de o ritmo receber o título. "O frevo está no lugar que lhe é devido, é a representatividade maior da nossa região. O frevo já devia ter esse titulo há mais tempo. Ele é representante não só de Pernambuco, mas de toda a região nordestina. Onde se toca o frevo, ninguém fica parado, fica logo eletrizado. Frevo é música popular brasileira e tem que ser tocado o ano inteiro. É a música representativa da nossa terra, você não vê uma programação para os turistas que não tenha a música do frevo ou a sombrinha", afirmou.

"Eu acho por um lado maravilhoso, o meu frevo merece. Por outro lado, é um absurdo que uma música que é considerada Patrimônio da Humanidade não toque nas rádios de sua terra. Eu não consigo entender por que isso acontece, a gente só toca frevo no carnaval. Antigamente, começava em janeiro. Agora, só durante o carnaval mesmo. Espero que o frevo seja tocado pelo menos em janeiro, aí vamos ver o crescimento, afinal, não adianta gravar se não tem onde tocar", desabafou Alceu Valença.

Leonardo Dantas, escritor e historiador do carnaval recifense, afirmou, ao saber da notícia, que "o frevo é a coisa mais importante de Pernambuco. Nelson Ferreira, em 1948, disse em uma entrevista que, quando o frevo tocasse em Hollywood, teria o mesmo sucesso de 'Tico Tico no Fubá'. Ainda não tivemos esse reconhecimento, mas o frevo do 'Vassourinhas' é a terceira música mais executada no carnaval, segundo o boletim do Ecad".





Origem
De acordo com o Iphan, a origem do frevo é apontada no entrudo, brincadeira portuguesa trazida para o Brasil colonial, que compreendia gracejos e peças entre amigos, e o uso de limas-de-cheiro, que eram jogados por grupos ou individualmente. Vários autores acreditam ainda que o passo tenha surgido com os negros que vinham à frente das bandas militares, percorrendo as ruas do Recife no final do século 19.

A música do frevo tem sua origem na fusão de gêneros diversos, como a polca, a mazurca e o dobrado, e seu encontro com as bandas de música, militares e civis, comum no final do século 19. Havia na época muita rivalidade entre as bandas de música, acirrando-se as disputas durante o carnaval. Os capoeiras eram acionados para a defesa das bandas.

A utilização da sombrinha, símbolo do frevo, também remonta a essa época e aos capoeiras. Com a proibição da capoeira e a ação do Estado no sentido de controlar o carnaval, a sombrinha foi uma espécie de arma branca, disfarçada. Depois, o acessório terminou sendo fundamental para a execução dos passos mais ousados, ajudando no equilíbrio.





História
O frevo surgiu no fim do século 19. Mistura marcha, maxixe e elementos de capoeira em ritmo e movimentos acelerados. O nome faz referência à palavra "ferver", porque as pessoas pulam e dançam rapidamente com energia, ao som das orquestras.

Os passistas, como são chamados os dançarinos de frevo, executam passos coreografados, com a ajuda da sombrinha para se equilibrar. Em 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já havia declarado o frevo como Patrimônio Imaterial do Brasil.

O termo 'frevo' serve para identificar tanto a música, o ritmo, como a dança, o passo. O frevo é subdividido em três modalidades: frevo-de-rua, frevo-de-bloco e frevo-canção. O frevo-de-rua é puramente instrumental, tocado e dançado nas ruas durante o carnaval, próprio dos clubes e das troças. O frevo-canção é uma derivação do frevo-de-rua, com letra cantada e poucas diferenças musicais. É próprio dos blocos carnavalescos mistos. Já o frevo-de-bloco é a versão mais lírica, com dança, instrumentos e melodias mais suaves.



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